Muller, política e feminismo en Palestina
Muitas mulheres, conta, começaram a "participar activamente", de forma espontânea ou formal, no "movimento da resistência". Há vários testemunhos citados na tese - retirados de jornais, livros, filmes -, como o de uma mulher que "foi aprisionada por ter contrabandeado cartas da OLP para o filho". Quando foi presa, afirmou não pertencer a "nenhum movimento político palestiniano", mas desde que lhe levaram o filho, arranjou o "passatempo" de "trabalhar para a revolução".
Shahd Wadi diz que as casas de muitas mulheres se tornaram "espaços públicos" e conta a história de uma mãe que disse não poder "ficar parada, com as mãos cruzadas, à espera" que o filho lhe desse uma tarefa. Quando o via em casa com colegas "a discutir coisas com a porta fechada" assumia a "função de vigiar". Era ela quem ia ao advogado e ao médico tratar dos assuntos do filho quando ele estava preso. Estivesse ele "fora ou dentro da prisão", ela, mesmo sem ser membro, sentia-se "recrutada" pelo partido "a que ele pertence". "As mães têm um papel político, para além do tradicional", explica.
Reportaxe no xornal portugués Público sobre Shad Wadi e a súa tese doutoral sobre as mulleres palestinas